quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Deus, onde estás?

Crentes,

Segue abaixo o vídeo de uma banda que creio eu, seja a grande revelação da música cristã nacional. Atitude e identidade são os traços marcantes da banda PALAVRA ANTIGA  que lançou um album excelente!!! A sonoridade de suas músicas lembram muito a banda inglesa Cold Play. Vale apenas ouvir e refletir.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Jotta.A e Michely Manuely - Hallelujah

Existe diferença entre cantar e ministrar: A Unção de Deus.


O Homem de Deus e o Homem da Igreja

"Por que você não obedeceu ao Senhor? Por que se lançou sobre os despojos e fez o que o Senhor reprova? "
Disse Saul: "Mas eu obedeci ao Senhor! Cumpri a missão que o Senhor me designou. Trouxe Agague, o rei dos amalequitas, mas exterminei os amalequitas.
Os soldados tomaram ovelhas e bois do despojo, o melhor do que estava consagrado a Deus para destruição, a fim de os sacrificarem ao Senhor seu Deus, em Gilgal".
Samuel, porém, respondeu: "Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros.
Pois a rebeldia é como o pecado da feitiçaria, e a arrogância como o mal da idolatria. Assim como você rejeitou a palavra do Senhor, ele o rejeitou como rei"
1 Samuel 15:19-23




É muito conhecida no meio cristão uma anedota sobre um sujeito crente que morreu e durante seu velório o pastor começa a enaltecer o moribundo falando de sua generosidade, amor ao próximo, exemplo de caráter, amor e carinho para com as pessoas e família e em determinado momento o filho caçula do defunto vira para sua mãe e pergunta: Tem certeza que este pastor está falando de meu pai?

Pois bem, sempre tenho batido na tecla de que cada vez mais as pessoas estão se convertendo ao evangelho e não temos visto nenhum mudança significativa na sociedade de forma a associar esta mudança ao crescimento do evangelho e ao contrário oque mais vemos são maus exemplos do uso da palavra de Deus e do exercício da “fé”.
Além do reflexo de nossa sociedade corrupta,  da ignorância de muitos e dos mal intencionados do apostolado cristão, vemos com muita frequência, os homens da igreja, acreditando que estão fazendo a obra de Deus e que na verdade é uma grande mentira. Muitos homens que conheço morreriam pela igreja, mas tenho dúvidas se morreriam pelo evangelho. Pessoas generosas, educadas, que exercem oração somente DENTRO da igreja que pensam ser apenas um clube social onde as pessoas com idéias comuns vão se relacionar e contar as vantagens daquilo que Deus tem feito nas suas vidas e se esquecem que o propósito da Igreja de Jesus Cristo é o CHAMADO PARA FORA.
Essas pessoas querem cada vez mais  viver dentro, se aprofundar na sua igreja no seu comodismo hipócrita, estereotipado em várias congregações. Estas pessoas não dão testemunho, elas contam vantagens, são generosas apenas com as lideranças. Abençoam seus pastores com primícias, dinheiro e etc, mas jamais agiriam da mesma forma com um irmão necessitado a menos que o pastor lhe pedisse. Se esquecem da Palavra que diz que o que a mão esquerda não saiba aquilo que fez a direita e por isso são incapazes de exercer a liberalidade sem que seja pela aparência ou se mostrar perante seu grupo o quão generoso ele é.
Tem uns piores. Outro dia ouvi relato de confiança uma mulher que cogitou a seu marido a possibilidade de mudarem de igreja devido as constantes decepções e e principalmente por entender que não deveriam doar todo o salario de 6 em 6 meses como a igreja ordenara e foi ameaçada de divórcio pelo seu cônjuge. que na realidade se esqueçeu que ele e sua esposa são uma só carne.  
Saul, quando a revelia de Samuel, trouxe os despojos e animais da batalha contra os amalequitas, estava sendo um homem da igreja, que fazia por conveniência, política ou simplesmente para aparecer e consolidar sua vaidade. Por isto naquele momento, no mundo espiritual perdeu seu reinado.
Sejamos francos conosco. Quando fizeres algo que pelo reino ou igreja, pergunte a si mesmo com qual objetivo o fazes. Assim saberás aquilo que tens dentro do coração. Ah, não deixe de fazer se o motivo for errado mas peça perdão a Deus pelo desejo torpe e principalmente, deseje mudar. Afinal pra gente que crê em um Deus vivo tem uma promessa que diz mais ou menos assim: Pedi e dar-se-vos á.



segunda-feira, 25 de julho de 2011

A igreja e sua responsabilidade social


Na sociedade contemporânea muito tem se debatido sobre a responsabilidade social das empresas e como a atuação do capital privado pode transformar a realidade de muitas pessoas. As vezes, estas mudanças são feitas sem sequer grandes investimentos e as muitos casos apenas um direcionamento ou a abertura de um caminho já causam impacto na vida de milhares de cidadãos que que por carência do papel social (sem populismo) do Estado,  encontra-se perdido nesse emaranhado de complicações que é a pobreza, miséria e principalmente falta de esperança.
Se tem uma coisa que está inserida na igreja protestante brasileira é a responsabilidade social. Por ela entrar em lugares onde muitas vezes o estado não entra, ela faz um contraponto a marginalidade e criminalidade que em muitas situações são consequências da mazelas sociais que assolam nosso país.
Porém acredito que a esse papel ainda é aquém daquilo que se espera de uma igreja no sentido global de comunhão e ação. A gente sempre vê aquela choradeira de sempre dos pastores falando da falta de dinheiro pra arrumar o telhado da igreja, da construção, pintura e reformados bancos das igrejas, mas raramente vemos uma a igreja fazer uma campanha de forma mais ampla sobre vários temas que com toda certeza ela poderia contribuir para a sociedade. Se o Edir Macedo ou R.R Soares  ou qualquer pastor do alto de seus púlpitos conclamassem suas ovelhas para uma mobilização nacional de doação de sangue, os hemocentros da Brasil teriam seus estoques abastecidos e com isso, além de muitas vidas salvas, no sentido fisiológico, a igreja mostraria ao restante da sociedade que ela está aqui pra ajudar.
Dos quase 12 anos de caminhada no evangelho, nunca vi nenhuma mobilização para adoção e crianças. Aliás, nunca vi nenhuma cruzada ou conclamação para nada que não tivesse restrito aos interesses “espirituais da igreja. Um dos motivos é a falta de união entre as várias denominações além claro, da competição entre as igrejas de mesma denominação oriunda da vaidade e megalomania de seus pastores.
Porque as igrejas não podem se engajar em algo maior? Porque as igrejas não podem deixar de olhar pra dentro delas e buscar um olhar mais amplo para toda a sociedade. Marchar para Jesus é legal, é bonito, serve pra marcar território, mas e depois? Sua função é de apenas apelo espiritual?
Muitas pessoas do meio secular que conheço são unânimes em dizer que crentes além de não se misturarem socialmente (geralmente com a desculpa de separar joio do trigo ou de que o mundo jaz no maligno) são incapazes de ajudar o próximo sem nenhuma intenção aparente. Ajudam na sua igreja, porque o ajudado é conhecido ou simplesmente ajudam pra puxar saco do pastor, oque é ainda mais ridículo.
Existem trabalhos fabulosos feitos por várias igrejas que são dignos de louvor. Mas em 99% dos casos esses trabalhos são em caráter missionários.
Um dia, gostaria de ver a igreja ajudando as pessoas apenas pelo fato de fazer o bem, sem pregação, evangelismo ou coisas triviais do “mundo gospel”. Talvez assim, sem nenhuma palavra, ela consiga falar mais do amor de um Deus que amou a humanidade a ponto de dar seu Filho por ela. Se Deus amou o mundo, sem restrições porque a igreja se mantém fechada a aquilo que lhe convém?
Quem sabe se ela buscar ação, as bravatas e as vaidades de suas lideranças sejam colocadas de lado por algo de verdadeira relevância: A ajuda a quem quer que seja, uma vez que Deus ama a todos sem discriminação.

domingo, 26 de junho de 2011

Deus nos livre de um Brasil evangélico

Replicando e divulgando essa brilhante crônica de Ricardo Godim. Pense nisso ...

Deus nos livre de um Brasil evangélico
Ricardo Gondim



Começo este texto com uns 15 anos de atraso. Eu explico. Nos tempos em que outdoors eram permitidos em São Paulo, alguém pagou uma fortuna para espalhar vários deles, em avenidas, com a mensagem: “São Paulo é do Senhor Jesus. Povo de Deus, declare isso”.
Rumino o recado desde então. Represei qualquer reação, mas hoje, por algum motivo, abriu-se uma fresta em uma comporta de minha alma. Preciso escrever sobre o meu pavor de ver o Brasil tornar-se evangélico. A mensagem subliminar da grande placa, para quem conhece a cultura do movimento, era de que os evangélicos sonham com o dia quando a cidade, o estado, o país se converterem em massa e a terra dos tupiniquins virar num país legitimamente evangélico.
Quando afirmo que o sonho é que impere o movimento evangélico, não me refiro ao cristianismo, mas a esse subgrupo do cristianismo e do protestantismo conhecido como Movimento Evangélico. E a esse movimento não interessa que haja um veloz crescimento entre católicos ou que ortodoxos se alastrem. Para “ser do Senhor Jesus”, o Brasil tem que virar "crente", com a cara dos evangélicos. (acabo de bater três vezes na madeira).
Avanços numéricos de evangélicos em algumas áreas já dão uma boa ideia de como seria desastroso se acontecesse essa tal levedação radical do Brasil.
Imagino uma Genebra brasileira e tremo. Sei de grupos que anseiam por um puritanismo moreno. Mas, como os novos puritanos tratariam Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Maria Gadu? Não gosto de pensar no destino de poesias sensuais como “Carinhoso” do Pixinguinha ou “Tatuagem” do Chico. Será que prevaleceriam as paupérrimas poesias do cancioneiro gospel? As rádios tocariam sem parar “Vou buscar o que é meu”, “Rompendo em Fé”?
Uma história minimamente parecida com a dos puritanos provocaria, estou certo, um cerco aos boêmios. Novos Torquemadas seriam implacáveis e perderíamos todo o acervo do Vinicius de Moraes. Quem, entre puritanos, carimbaria a poesia de um ateu como Carlos Drummond de Andrade?
Como ficaria a Universidade em um Brasil dominado por evangélicos? Os chanceleres denominacionais cresceriam, como verdadeiros fiscais, para que se desqualificasse o alucinado Charles Darwin. Facilmente se restabeleceria o criacionismo como disciplina obrigatória em faculdades de medicina, biologia, veterinária. Nietzsche jazeria na categoria dos hereges loucos e Derridá nunca teria uma tradução para o português.
Mozart, Gauguin, Michelangelo, Picasso? No máximo, pesquisados como desajustados para ganharem o rótulo de loucos, pederastas, hereges.
Um Brasil evangélico não teria folclore. Acabaria o Bumba-meu-boi, o Frevo, o Vatapá. As churrascarias não seriam barulhentas. O futebol morreria. Todos seriam proibidos de ir ao estádio ou de ligar a televisão no domingo. E o racha, a famosa pelada, de várzea aconteceria quando?
Um Brasil evangélico significaria que o fisiologismo político prevaleceu; basta uma espiada no histórico de Suas Excelências nas Câmaras, Assembleias e Gabinetes para saber que isso aconteceria.
Um Brasil evangélico significaria o triunfo do “american way of life”, já que muito do que se entende por espiritualidade e moralidade não passa de cópia malfeita da cultura do Norte. Um Brasil evangélico acirraria o preconceito contra a Igreja Católica e viria a criar uma elite religiosa, os ungidos, mais perversa que a dos aiatolás iranianos.
Cada vez que um evangélico critica a Rede Globo eu me flagro a perguntar: Como seria uma emissora liderada por eles? Adianto a resposta: insípida, brega, chata, horrorosa, irritante.
Prefiro, sem pestanejar, textos do Gabriel Garcia Márquez, do Mia Couto, do Victor Hugo, do Fernando Moraes, do João Ubaldo Ribeiro, do Jorge Amado a qualquer livro da série “Deixados para Trás” ou do Max Lucado.
Toda a teocracia se tornará totalitária, toda a tentativa de homogeneizar a cultura, obscurantista e todo o esforço de higienizar os costumes, moralista. 
O projeto cristão visa preparar para a vida. Cristo não pretendeu anular os costumes dos povos não-judeus. Daí ele dizer que a fé de um centurião adorador de ídolos era singular; e entre seus criteriosos pares ninguém tinha uma espiritualidade digna de elogio como aquele soldado que cuidou do escravo.
Levar a boa notícia não significa exportar uma cultura, criar um dialeto, forçar uma ética. Evangelizar é anunciar que todos podem continuar a costurar, compor, escrever, brincar, encenar, praticar a justiça e criar meios de solidariedade; Deus não é rival da liberdade humana, mas seu maior incentivador.
Portanto, Deus nos livre de um Brasil evangélico.

Somos uma farsa !!!

Vale a pena ler e refletir sobre cada palavra, frase e parágrafo explanado nesse sábio texto. Medite nisso crente!!


Somos uma grande farsa
Alex Carrari


“Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” Mt 15.7-9


Salvo alguns que não se dobraram a baal, somos todos uns canalhas. Eu, você, nós todos somos uma grande farsa, a maior de todas as farsas. E sabe por quê?
Organizamos nossas vidas de modo que tenhamos o mínimo dispêndio com a garantia do maior e melhor retorno. Fingimos que somos de outra estirpe, a dos filhos prediletos. Como filhos prediletos, queremos ser restituídos, queremos de volta o que é nosso. Rejeitamos todo mal, declaramos a nossa vitória, quebramos todas as correntes, exigimos nossa benção, sacudimos o inferno, não por sermos de Espírito libertário, muito menos altruístas; reagimos às ameaças negativas do “no mundo tereis aflições”como bons invólucros do espírito do capitalismo, do que é nosso e ninguém tasca, sendo essa nossa ética gospelizante. Dos nossos guetos, claustros protegidos por hostes angélicas imaginárias, estabelecemo-nos nas estatísticas do emergente mercado com produtos alinhados com o exigente gosto do consumidor evangélico. “Enfim uma linha de produtos com a nossa cara” declara a perua de Jesus.
A cruz da vergonha, símbolo de assombro, pedestal do maldito, foi estampada com alegres cores e as vendas alavancaram. O peixinho antes solitário na rabeira dos carros agora endossa Filipenses 4.13, assim, não se dá satisfação para o significado de um ao passo que ninguém se atenta para o versículo anterior do outro. Podemos então astutamente declarar “tudo posso naquele que me fortalece” depurando nossa ganância, afinando o mau senso de que temos o rei na barriga. Na cara dura agradecemos a Deus por nossos sonhos de consumo se realizarem, mesmo que uma pequena – ou grande dependendo da gula do fiel – barganha tenha sido requerida para a liberação das bênçãos. A campanha dos vinte e um dias de Daniel não costuma falhar com aqueles que são, digamos mais liberais nas contribuições. Jesus é nosso chapa, e Deus dá honra a quem tem honra é o ditado e pretexto.
Comer a carne e beber o sangue do Filho do Homem é demais para nosso paladar requintado, queremos os manjares de Nabucodonozor, basta obedecer o Cristo em outra instância – que não a de tomar a cruz diária – e comeremos do melhor desta terra. A promessa concreta que é “Cristo em nós esperança da glória”, que permeia a história do Antigo e Novo Testamento, foi dissolvida, perdeu seu caráter e virou qualquer coisa, quem tiver a mais criativa imaginação que molde e determine a sua. Deus é Deus de promessa “mer mão” vocifera em saltos histéricos o pastor que se gabou de comprar um jato pela “pequena bagatela” de doze milhões de reais com o dinheiro sabe de quem?
O mandamento era ide e fazei discípulos, e o que fizemos? Cínico proselitismo. E sabe por quê? Porque somos uma farsa e já percebemos isso, nossa casa caiu. Então arregimentamos novas “almas” para compor uma sofisticada logística do entretenimento em que o evangelho é servido via fast food, e a igreja para não ir a bancarrota por causa de sua insipidez importa fórmulas de crescimento, franquias norte-americanas compondo o pacote camisetas, canecas, bonés, manuais de auto-ajuda e sermões previamente arranjados. Somos uma farsa denunciada por nossos projetos megalomaníacos, mega-templos – com loja de conveniência e chafariz –, marcha para Jesus – ufanismo quantitativo –, assistência social – desencargo de consciência e escape do sentimento de culpa por sermos avarentos e egoístas –, descaso com missões – o que importa são as almas –, discipulado – catecismo de cacoetes, novas manias e antigas neuroses.
Criamos uma bem guardada resistência às histórias de sofrimento alheio quando o assunto é padecer pela causa do Cristo. A emoção corre solta durante o testemunho do missionário, e dura até no máximo a primeira oração da próxima reunião, quando o mundo volta a girar em torno do centro da terra, o umbigo das nossas panças bem forradas. Histórias como da pequena Nina de dois anos que vive com seus pais missionários embrenhada nas matas entre os ribeirinhos do amazonas, que está vomitando a dias com suspeita de algum parasita ter tomado sua barriga, é exemplo sabe pra que? Sabe qual a grande lição que guardamos das crianças ribeirinhas que adquirem doenças desconhecidas por comerem peixes contaminados por não terem outra opção? Que Deus é bondoso conosco e nos garante comida limpa e mesa farta – afinal o justo não mendiga o pão. Que esse é um forte indício para acolhermos nossos bens de consumo e agradecer a Deus por nossos filhos estarem a salvo dos perigos da pobreza.
No caso de sermos acusados por nossa própria consciência – o juiz que Deus nos colocou no íntimo – de que algo nessa trama não se harmoniza com as palavras do Nazareno, somos confortados com saídas bem satisfatórias, tipo: Deus tem um propósito nisso, ou, foram predestinados para esse fim, ou ainda, não chegou o tempo de Deus na vida desses coitados.
O drama de Nina é um dentre tantos dramas contados por aí sobre os que pagam um alto preço por proclamar a rude cruz com todas as suas implicações, que deveria deixar-nos envergonhados por habitarmos em belas e espaçosas casas, por termos comida boa, roupa nova, plano de saúde, igreja com banco confortável, projetos, sonhos, canecas, bonés e camisas floridas estilo Rick Warren.
Deveríamos nos arrepender por comermos contra-filé e tomarmos Coca diet enquanto nas eiras do norte e nordeste comunidades inteiras comem bife de cacto não sem antes beber a água. Nossa cara deveria enrubescer por um missionário ter seu sustento – que é ínfimo, migalhas que caem da mesa de seus donos – ser desconsiderado como prioridade porque outros projetos institucionais são de maior importância e urgência. Por projetos institucionais entenda a construção do mega-templo, o aumento do salário de parlamentar do pastor, o gasto com propaganda midiática da denominação, a manutenção do conforto dominical do contribuinte-consumidor, importação de produtos da franquia, etc.
Julgamos ser assunto de primeira ordem a conservação do excedente dos nossos luxos e prazeres inúteis. Morreremos pela boca, já que com a boca distorcemos o discurso do Cristo para satisfazer nossos prazeres e deleites quando pedimos o que não se deve pedir. Pedimos mal e nos prostramos sobre a proposta do tentador que habita em nós. Queremos tudo e tudo nos será dado se prostrados adorarmos o lado enegrecido da nossa alma. Desconfiados de que amanhã o maná não cairá, estocamos hoje o da semana e quando percebemos que a sobra azedou fazemos caridade com a comida que já não presta. Não há em nosso discurso e prática, equivalente lingüístico nem espaço físico para o nós, tampouco para o nosso. É o meu milagre, a minha vitória, a minha benção, eu, meu, eu, meu, meu, minha, meu, minha... É só crer e não duvidar que hoje o meu milagre vai chegar.
Do conselho de Paulo “Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” só consideramos o que do outro eu também almejo, seus bens de consumo. Com a cara lavada somos gratos a Deus por nosso padrão de vida estar se elevando ao passo que indiretamente afirmamos que Deus faz acepção de pessoas, já que pra mim aqui no sudeste é prometido uma terra que mana leite e mel, enquanto no norte e nordeste outros comem cacto não sem antes beber a água.
Somos a maior farsa de todas, pois, corrompemos a maior história de todas. Por conveniência dizemos coisas que o Cristo não disse e omitimos outras que ele disse. Caso nossa estabilidade e tranqüilidade – que com muito custo conquistamos domingo a pós domingo, mensagem após mensagem, louvor após louvor, dízimo após dízimo – seja de alguma forma ameaçada sacamos logo de uma fala de Jesus e entoamos um mântra para amarrar todo mal. Assim proclamamos, por uma questão muito mais de fazer novos prosélitos e mostrar que detemos o monopólio da verdade do que propriamente amor ao outro, um Jesus que nunca conhecemos.
Diógenes circula com uma lanterna no meio dos crentes em pleno meio dia procurando algum sábio sem que o possa achar.
Os sábios não estão entre nós, estão existencialmente no exílio, onde até as pedras estão clamando. Elias não fazia a menor idéia, mas sete mil ainda não tinham se dobrado, pois estes estavam fora do grande eixo, não possuíam nome nem imagem. Deus não esta no templo. Deus clama no deserto e o batista lhe empresta a voz.
O sal se tornou insípido. A luz está colocada de baixo do alqueire. A casa foi construída na areia. O Cristo está à porta, mas não lhe abrimos passagem. E juramos de pé junto com base nas estatísticas que estamos certos.

domingo, 5 de junho de 2011

Jeremy Camp - I Still Believe

Fé: Falar é fácil....

"Tocou então os olhos deles, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé." Mateus 9:29

Antes de mais nada, quero deixar claro que o título desta reflexão não é para gerar polêmica com relação ao evangelho LIBERTADOR,  de Jesus Cristo. Longe disto. Quero ponderar sobre aqueles que, por uma obrigação cristã, nos instimulam a exercitar a nossa fé, mas que por outro lado não são capazes de de dar bases concretas para o exercício saudável de fé cristã.
O quê tem sido ensinado sobre fé nas igrejas? Se você der sua oferta especial e acreditar, Deus vai te abençoar com seu carro ou sua casa? Ou quem sabe um marido/esposa? Claro que devemos sim, buscar ajuda espiritual para resolver nossos problemas sociais/financeiros e sentimentais, mas o mais importante disto tudo é confiar em Deus.
Quando Jesus pergunta a Pedro: Pedro, tu me amas? Ele nos faz a mesma pergunta de modo diferente: Ainda que em nossa vida, nada der certo, ou os bens materiais nem a pessoa esperada vierem, vamos amá-lo?
Queremos, muitas vezes, negociar com Deus nosso amor. Amor condicionado de acordo com a necessidade eclesiástica. A igreja é quem, na teoria deve orientar e direcionar o devocional das pessoas. Claro que a igreja depois de um determinado momento não terá controle sobre isto, mas é fundamental que ela coloque o dedo na ferida. Isso geralmente não aconteçe. Sabem porque? Porque este tipo de confronto esvazia as igrejas... e a maioria dos pastores, seja por vaidade ou interesses financeiros ou até mesmo por falta de referências verdadeiramente cristãs.
A igreja as vezes se perde quando se trata de retirar vícios incutidos em suas camadas mais profundas, onde os valores capitalistas e mercantis que, na cultura missionária a qual fora trazida, e isso cria resistencias aos mais racionais em aceitar um evangelho baseado em interesses comerciais e financeiros.
Uma coisa é certa: Sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11:6) e é ela quem nos dá alicerçe e substancia o suficiente para que nossa vida e amor a Deus sejam sobrepostos as tormentas e as peças que as vezes a vida nos prega.

Fiquem firmes !!